terça-feira, 12 de maio de 2015

Falei às estrelas



Hoje, dei por mim perante uma situação à qual não resisti. Dei por mim à janela, soltando palavras, à espera que alguém me ouvisse. Não o vizinho do lado nem da frente, mas alguém lá no cimo, aquele que vive sobre o algodão que plana no céu e que à noite nos ilumina com estrelas, aquele que vê tudo.

Eu falei às estrelas, olhando cada vez mais para cima para não soltar o que já havia começado a cair, tentei manter a postura mesmo estando conversando sozinho. Esperando um sinal, uma resposta, algo que me fizesse entender porque é que certos amores, simplesmente não funcionam. Porque é que por vezes, a palavra “amigo” custa tanto de ouvir e o “especial” se torna tão amargo que rasga-nos a cada repetição na cabeça.

Perguntei porque é que os caminhos se encontram e nos fazem conhecer pessoas incríveis, pessoas inimagináveis que ao primeiro segundo nos deixam sem chão, nos fazem voar, se não for para amar, conhecer e aprender, viver e juntar vidas. Porque é que quando conhecemos alguém que vai além do nosso exterior, do nosso olhar e nos toca na alma, simplesmente dá um passo atrás e deixa-nos? 

É que ela é assim e dá cabo de mim ter de vê-la ir embora! Talvez, seja o melhor para mim porque sofrer com ela por perto certamente acabaria por me destruir por dentro, mas vê-la caminhar para longe, é como se levasse metade da minha pessoa, como se tivesse tirado o melhor pedaço de mim  e fugisse. Sinto-me partido, sinto-me afundar.

Enquanto a frustração se tornava raiva, senti uma mão no meu ombro que me acalmou. Sem perguntar, sem pressionar, sussurrou-me ao ouvido;
Não podemos escolher quem amar, da mesma maneira que não podemos obrigar ninguém a amar-nos, porque isso seria tudo, menos amor.

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